17. Montanhas e sua Formação

Lições das Montanhas

Jornal E. G. White, 15 de dezembro de 1885, numa viagem da Itália para a Suíça. Eu estava muito cansada, então deitei na poltrona e dormi por duas horas, ao fazer isto, perdi algumas partes interessantes da paisagem, mas fizemos o possível para permanecermos acordados no resto da viagem.
A paisagem era formidável e magnífica. Havia lagos, desfiladeiros, cânions, rochas altaneiras, algumas de aparência exuberante. Um pico montanhoso surge sobre outros picos. Algumas montanhas são adorna das com árvores, outras cultivadas até o topo. O caminho até elas era sinuoso, e como podiam os homens construir suas casas, fazer seus jardins e morarem tão alto, era um mistério para nós. Capelas foram construídas nas altas montanhas e vilarejos estavam abrigados nos vales.
As montanhas rochosas sobressaíam tão altas e cada forma da imensa magnitude nos levava, enquanto as observávamos, a termos profundos e solenes pensamentos a respeito de Deus. Estas são Suas obras, evidências da grandeza do Seu poder. Ele firmou as montanhas, cingiu-as com Seu poder e somente o braço de Deus pode removê-las de seus lugares. Elevando-se diante nós, em grandeza, elas apontavam para o céu e à majestade de Deus, dizendo: “Ele é imutável”. Com Ele não existe nenhuma variação ou sombra.
Sua lei foi pronunciada no Monte Sinai entre trovões, relâmpagos e fumaça, ocultando Sua terrível majestade e glória. Pronunciou Sua santa lei com uma voz como o soar de uma trombeta. Raios e trovões sacudiam a antiga e elevada montanha do cume até à sua base.
Estávamos cheios de reverência. Apreciamos contemplar a grandeza das obras de Deus, e nunca nos cansamos. Aqui está uma cadeia de montanhas estendendo-se por todo o continente, amontoando-se umas sobre as outras como um muro maciço e irregular, alcançando até mesmo as altas nuvens. Este Deus que mantém as montanhas em posição, tem-nos dado as promessas que são mais imutáveis do que estas antigas e formidáveis montanhas. A Palavra de Deus permanecerá para sempre de geração em geração.
Se o homem aceita as condições, então Deus cumprirá Sua parte, ainda que os fundamentos da Terra se abalem e os céus passem. A Palavra de Deus está em Sua lei que permanecerá imutável, eternamente. O Deus das montanhas é nossa defesa, nosso castelo forte. Sempre encontraremos nEle ajuda e força para fazermos a Sua vontade. Vemos as perenes colinas e a glória celestial que as inunda e temos o desejo de orar e adorar ao Deus vivo que criou todas as maravilhas. Vemos colinas, montanhas e vales banhados pelo sol do meio-dia, refletindo sua luz nos lagos — desejamos orar e adorar ao Senhor Deus das hostes. Queremos ter fé. Queremos exaltar em nossos corações este Deus que vive para sempre. Suas promessas são tão imutáveis quanto as montanhas.
A Palavra de Deus, o bem-aventurado guia, dá ao homem declarações a respeito destas grandes e formidáveis montanhas rochosas que têm subsistido às tormentas e tempestades, às torrentes e ao bramido dos ventos. “As montanhas podem cair e as colinas serem removidas, mas Sua bondade não desaparecerá, nem o concerto de paz removido do coração daqueles que confiam em Ti com genuína fé”. A cadeia de montanhas que ocupa o espaço, tanto com as estéreis rochas e a eterna neve, é um celeiro de fertilidade às planícies. Os Alpes da Europa são esta maravilha. Os tesouros das colinas outorgam suas bênçãos a milhões. Vemos numerosas cataratas precipitarem-se dos topos destas montanhas vale abaixo.
Para mim, essas montanhas são significantes. Fogos subterrâneos, embora nas profundezas, se incendeiam. Quando o ímpio tiver enchido o seu copo da iniquidade, então o Senhor se levantará do Seu lugar para punir os habitantes da Terra. Ele mostrará a grandeza do Seu poder. O supremo Governador do Universo revelará aos homens que revogaram Sua lei, que a Sua autoridade permanecerá. Nem toda a água dos oceanos poderá apagar a chama que Deus acenderá. Os terremotos estremecem a Terra, as rochas movem-se do lugar, as colinas e a terra firme tremem sob os passos do Onipotente. Ainda uma vez mais, Ele fará tremer não só a Terra, mas também os céus. Um mar de fogo arde sob nossos pés e há uma fornalha ardente nessas antigas montanhas rochosas. As montanhas fumegantes anunciam que uma poderosa fornalha está acesa, esperando a ordem de Deus para envolver a Terra em chamas. Não devíamos nós temer e tremer diante dEle?

A Missão das Montanhas

Tenho pensado que não deve haver nada que exceda a grandeza das montanhas do Colorado, mas vemos que toda esta grandeza desperta na atina a reverência a Deus. Parecemos contemplar Sua majestade e poder em Sua maravilhosa obra. A paisagem variada nas altaneiras montanhas rochosas, os profundos desfiladeiros monteses com suas rápidas e barulhentas correntezas vindo do cume das montanhas, as muitas cataratas precipitando-se do top o das montanhas, a queda d’água golpeando as pedras, e se espalhando em uma névoa como um véu, dão à paisagem uma aparência de beleza e grandiosidade.
As montanhas contêm bênçãos de Deus. Tenho visto homens e mulheres contemplarem a majestade das montanhas como se elas fossem, na realidade, uma deformidade da natureza. Eles poderiam suspirar e dizer: “Que desperdício! Dê-nos a planície, as grandes pradarias e seremos felizes”. As montanhas contêm tesouros de bênçãos os quais o Criador dá aos habitantes da Terra. É a diversidade na superfície terrestre, nas montanhas, planícies e vales que revelam a sabedoria e o poder do grande Mestre Arquiteto. Aqueles que querem banir do nosso planeta as rochas, montanhas, desfiladeiros selvagens, ruidosas correntezas e os precipícios como se fossem deformidades horrendas da natureza para terem as planícies, têm seus sentidos limitados demais para compreenderem a majestade de Deus. Suas mentes são limitadas com ideias estreitas.
Deus, o grande Arquiteto, planejou estas imponentes montanhas, e sua influência sobre o clima é uma bênção para o nosso planeta. Elas atraem as nuvens, enriquecendo-as de umidade. As cadeias de montanhas são o grande reservatório de Deus para suprir o oceano com água. Elas são a fonte de mananciais, córregos, riachos, bem como dos rios. Elas recebem na forma de chuva e neve os vapores com os quais a atmosfera é carregada e as repassa às planícies ressecadas.
Deveríamos olhar as irregulares montanhas da Terra como mananciais de bênçãos divinas das quais fluem águas para suprir toda criatura viva. Cada vez que olho para as montanhas, sinto gratidão para com Deus. Meu coração é elevado em adoração a Ele, que conhece os desejos e as necessidades do homem. Se a Terra fosse uniforme estaria pantanosa e deteriorada …
Evidências do Dilúvio — Os homens podem observar, sob a superfície arruinada da Terra, as evidências do dilúvio. Eles acham-se mais sábios do que Deus, e, no geral, inteligentes demais para obedecer à Sua Lei, guardar os Seus mandamentos e obedecer aos estatutos e aos preceitos de Jeová. As riquezas da Terra, dadas por Deus, não os conduziram à obediência, mas levaram-nos a afastarem-se dela, pois fizeram mau uso do privilégio celestial. Transformaram as bênçãos concedidas por Deus em motivos de separação dEle e por terem se tornado maldosos em sua natureza, mais do que praticantes do bem, o Senhor mandou o dilúvio sobre o mundo antigo e os fundamentos do grande abismo se romperam.

Argila, calcário e conchas, que Deus havia espalhado no fundo do mar, foram levantados e sacudidos de um lado para o outro e convulsões de fogo e água, terremotos e vulcões enterraram os ricos tesouros de ouro, prata e pedras preciosas para além da vista e do alcance humanos. As montanhas contêm tesouros valiosos. Há lições a serem aprendidas no livro da natureza de Deus …
Enquanto falamos livremente de outros países, por que deveríamos estar reticentes em relação ao país celestial, e à moradia eterna não construída por mãos humanas nos céus? Este país celestial é mais nosso do que qualquer outra cidade ou país terrestre; portanto, deveríamos pensar e falar mais sobre ele por ser um país celestial. E por que não deveríamos conversar mais seriamente, com nossas mentes voltadas para o céu, a respeito dos dons de Deus na natureza? Ele fez todas estas coisas e deseja que O vejamos nas Suas obras da criação. Estas obras servem para manter Deus em nossa lembrança e para elevar nosso coração acima das coisas sensuais, unindo-nos em laços de amor e gratidão ao nosso Criador.
Observamos na face arruinada da natureza, nas fissuras das rochas, nas montanhas e precipícios, os quais nos fazem saber que grandes erros foram cometidos, que os homens abusaram dos dons divinos, esqueceram-se do Criador, e que o Senhor foi entristecido e puniu ímpios transgressores da Sua Lei. Como resultado, tem os efeitos do pecado na criação. Tempestades se enfurecem com violência destrutiva e têm levado homens, animais e propriedades à destruição. Deus retirou a proteção dos homens porque continuam a transgredir a Sua lei. Fome, calamidades no mar e pestilências assolam ao meio-dia, porque os homens se esqueceram do seu Criador. A ruína do pecado deforma e desfigura nosso mundo, e isto faz a angustiada criação gemer sob a iniquidade dos habitantes. Deus nos deu habilidades para serem cultivadas, desenvolvidas para Sua glória e para a eternidade.
Estas montanhas, cavernas e as fissuras das rochas, as quais contemplamos, têm uma história. Mártires pereceram aqui, e estes locais nunca revelarão sua sagrada missão até que o Doador da Vida chamá-lo-á com o soar da trombeta e a voz do Arcanjo, das cavernas rochosas, dos calabouços e das fissuras das rochas. Eles morreram exilados, alguns pela fome, outros pela cruel mão humana. Andaram com Deus e caminharão com Ele, com vestiduras brancas, porque foram achados dignos …
Que visão será quando os mortos ressurgirem de suas sepulturas entre estes vales Valdenses! … Das covas escondidas onde foram enterrados, ressurgirão para a vida, esses que não temeram por suas vidas, que primaram pela integridade de alma a Deus acima de toda facilidade, bens e da própria vida. De sob as molduras majestosas dos muros, chão amaldiçoado pelo poder romano, mas santificado pelo sangue de mártires, como o sangue de Abel clamou a Deus da terra, assim o sangue destes mortos clamarão a Deus da terra por vingança. MS 62, 1886.
As Montanhas Rochosas — De Cheyenne as máquinas avançaram penosamente para cima, para o cume contra o temível vento … tememos diante do perigo por causa do vento, no cruzamento da ponte Dale Creek — 198 metros de comprimento e 38 metros de altura — atravessando Dale Creek de ponta a ponta … Alcançamos o cume. A máquina sobressalente foi retirada. Estamos em uma elevação de 2.394 metros. Nenhum vapor é necessário neste ponto para mover a locomotiva, o declive é suficiente para descermos rapidamente.
À medida que nos aproximamos de Ogden, a paisagem se tornou mais interessante. Há montanhas enormes, elevando-se até o céu, entremeadas por montanhas menores. Até onde o olho pode ver, o topo eleva-se acima de outras montanhas, pico sobre pico, cume sobre cume, mesclando-se, enquanto a neve cobre as alturas que brilham sob os raios solares, uma visão impressionante. Ficamos profundamente impressionados ao contemplarmos esta variada beleza do cenário das montanhas rochosas. Desejamos ter um pouco de tempo para contemplarmos à vontade a paisagem magnífica e sublime que fala aos nossos sentidos do poder de Deus que fez o mundo e todas as coisas que estão nele …
Entre Ogden e Sacramento, a visão deleita-se constantemente com a maravilhosa paisagem. Aparecem montanhas nas mais variadas formas e dimensões. Algumas são lisas e regulares na forma, enquanto outras ásperas, enormes, montanhas de granito, seus cumes alongando-se em direção ao céu, como que apontando para o Deus da natureza. Havia blocos lisos, rochas desgastadas pelo tempo, empilhadas umas sobre as outras, parecendo que foram moldadas por instrumento e com mãos hábeis. Há precipícios pendendo do alto, velhos rochedos cinzas e desfiladeiros, continuamente apresentando aos nossos sentidos novas paisagens. Chegamos ao Escorregador do Diabo. Há pedras planas, montadas como lápides, de quase mesma profundidade, subindo, desde o rio, em direção à encosta da montanha, quase uns quatrocentos metros acima de nós. As pedras têm entre quinze e trinta metros de altura.
As Montanhas Rochosas — Passamos pelas planícies, através de campos estéreis e devastados … Mas continuamos e a máquina penosamente sobe, sobe, sobe contra o temível vento que já experimentamos … Há expressões de medo porque há o perigo na travessia de ponte a qual enverga de ponta a ponta. São 198 metros de comprimento e 38 metros de altura. Pela providência divina, o vento transformou os lamentos de temor num comovente suspiro, e passamos seguros por sobre a ponte. O cume estava chegando e agora atravessamos um túnel escavado através da montanha rochosa …
Quando nos aproximamos de Ogden, tivemos uma mudança de paisagem … Montanhas magníficas e maravilhosas, altas montanhas de pedras, enchiam nosso coração de maravilha e reverência …
Hesitei em colocar minha caneta sobre o papel para lhes dar, mesmo que débil e breve, uma descrição da paisagem romântica e selvagem das Montanhas Rochosas. Imensos topos montanhosos sobressaem acima das montanhas. Algumas de dimensões menores são onduladas e parecem lisas e regulares nas formas. As montanhas de pedra têm a aparência de serem lavradas, lapidadas, esculpidas e polidas artisticamente e empilhadas umas sobre as outras em magníficas torres, projetando-se em direção ao céu, como se dirigissem as mentes de todos os que as observam para Deus.
Então vimos abruptos penhascos e pedras lapidadas de todas as formas, enormes e sem atração, tendo a aparência de que foram lançadas juntas na mais bela desordem. Vimos uma parede de pedras, plana e larga como se esculpida da pedreira e organizada artisticamente, uma pedra plana sobrepondo-se à outra; duas paredes quase exatamente semelhantes separadas por aproximadamente 2 metros, paralelas para cima, ao lado das íngremes Montanhas Rochosas por aproximadamente 400 metros. Este bloco estranho de pedra é chamado de Escorregador do Diabo. Carta 19, 1873.
De Cheyenne, duas máquinas, lentamente, puxam os carros montanha acima para Sherman, contra um temível vento que causa o medo e o perigo de cruzar a ponte Dale Creek, 198 metros de comprimento e 38 metros de altura, que se estende de uma ponta a outra …
À medida que nos aproximamos de Ogden, a paisagem se tornou mais interessante. Há montanhas enormes, elevando-se até o céu, entremeadas por montanhas menores. Até onde o olho pode ver, o topo eleva-se acima de outras montanhas, pico sobre pico, cume sobre cume, mesclando-se, enquanto a neve cobre as alturas que brilham sob os raios solares, uma visão impressionante. Enquanto contemplávamos este cenário de beleza variada das montanhas rochosas, fomos profundamente impressionados com a grandeza e majestade de Deus. Desejamos ter um pouco de tempo de descanso para contemplarmos a magnífica e sublime paisagem que fala ao nosso coração sobre o poder de Deus que fez o mundo e todas as coisas que estão nele. Mas tudo que podemos desfrutar é apenas um relance da maravilhosa e sublime beleza ao nosso redor.
Entre Ogden e Sacramento, a visão deleita-se constantemente com cada nova paisagem. Aparecem montanhas nas mais variadas formas e dimensões. Algumas são lisas e regulares na forma, enquanto outras ásperas, enormes montanhas de granito. Seus cumes alongam-se até o céu como que apontando firmemente para o Deus da natureza.
Há blocos lisos, rochas desgastadas pelo tempo, empilhadas umas sobre as outras, com aparência aplainada, parecendo que foram moldadas com instrumentos e com mãos hábeis. Há precipícios pendendo do alto, velhos rochedos acinzentados e desfiladeiros, continuamente apresentando aos nossos sentidos novas paisagens.
Chegamos ao Escorregador do Diabo. Há pedras planas, montadas em semelhante profundidade às dos túmulos, estendendo-se desde o rio, e elevando-se ao lado das montanhas, a uns quatrocentos metros acima de nós. As pedras têm entre quinze e sessenta metros de altura. Carta 20, 1873.
As Formações do Rio Verde —
O Rio Verde é um lugar onde espécimes de fósseis, petrificações e curiosidades naturais em geral são vistas. Conchas e madeiras em estado petrificado podem ser adquiridas por muito pouco. Há uma rocha alta que se projeta como se fosse uma torre, e rochas gêmeas de proporções gigantescas. A aparência destas rochas é semelhante a algum grande templo que possa ter existido ali no passado e os maciços pilares permaneceram de pé, como testemunha de sua primitiva grandeza. Há uma rocha chamada “Clube do Gigante”, e em proporção assemelha-se a um gigante. Eleva-se quase perpendicularmente e é impossível escalar seu lado íngreme. Esta é um das curiosidades da natureza. Disseram-me que sua composição apresenta evidências de ter outrora estado no fundo de um lago. Esta rocha tem camadas regulares, todas horizontais, contendo fósseis de plantas e de peixes e curiosamente, espécimes de animais marinhos. As plantas se parecem com nossas árvores e frutas. Há samambaias e palmas. Os peixes parecem ser de uma espécie agora extinta. Foi-nos mostrado uma grande pedra plana, na qual estavam espécies distintas de peixes e curiosas folhas. O proprietário nos falou, em um a viagem anterior, que ele trouxe essas duas grandes pedras a cavalo, por mais de 12 quilômetros. A pedra não parecia estar tão distante, mas esta foi a distância para adquiri-la. Nas fendas grossas da pedra havia penas de pássaros e outras curiosidades para serem vistas.
Olhamos com curioso interesse as rochas compostas de arenito em perfeitas camadas horizontais, contendo muitos vestígios interessantes. Estas rochas carregam as mais curiosas e fantásticas formas, como se esculpidas pela mão de um artista. Estão em altas cúpulas, pináculos e colunas sulcadas. Estas pedras se assemelham a alguma catedral antiga agora desolada. A imaginação aqui tem um campo frutífero a ser explorado. Nos arredores destas rochas há “ágatas musgosas”. Quando à distância destas rochas maravilhosamente moldadas, pode- se imaginar alguma cidade arruinada, desnuda e devastada, mas caracterizando-se como testemunha silenciosa do que fora uma vez. Carta 6a, 1880.
Muralhas que Permanecem desde o Dilúvio —
A paisagem por onde passamos era majestosa e formidavelmente grandiosa para ser descrita e comparada à paisagem como ela realmente é. As muralhas das rochas — o tempo desgastou as paredes rochosas que permaneceram desde o dilúvio, lavadas com as torrentes das montanhas — permanecem lisas como se fossem polidas, enquanto rochas diferentes destas na forma, são vistas em camadas regulares como se artífices as tivessem moldado. Aqui … vemos as mais interessantes e magníficas paisagens jamais vistas pelos nossos olhos. As rochas elevam-se mais e mais alto da Terra e nelas crescem belos pinheiros de coloração escura, mesclando-se com tons mais claros e com o fantástico verde-vivo do bordo e da faia …
Tal grandeza inexplorada e solene paisagem, leva-nos de volta ao tempo quando as águas atingiram os pontos mais altos da Terra, e os incrédulos antediluvianos pereceram pela sua grande maldade nas águas do dilúvio.
Quando consideramos as fendas nestas rochas — as cavernas que se abrem às nossas vistas, os profundos canais desgastados pelas poderosas cataratas — e as rochas de variadas formas, exclamamos: “Que maravilhoso, Ó Senhor, são teus feitos em toda a Terra.” A brandura, os toques suaves delineados pelo grande Artista e Mestre, arranjados e enfeitados artisticamente de verde escuro e vibrante; esta bela combinação de cores que cobre as rochas irregulares e desgastadas pelo tempo! E então vemos os profundos desfiladeiros, as ruidosas correntes apressadas e as magníficas montanhas cobertas de árvores em seu belo manto de verão! A visão é extremamente magnífica, e nos enche de um sentimento de elevação, santidade, força e devoção diante de Deus, nosso Criador …
Se alguém olhar esta paisagem sem ser impressionado com a grandeza e majestade de Deus, seu coração deve ser realmente intocável. MS 56, 1886. (Citado em Para Conhecê-lo, pág. 146).